Pandemia covid-19: preparação de álcoois 70% (em gel, glicerinado e líquido) para doação

por Mayta Mamede Negreto Peixoto
Publicado: 16/04/2021 - 17:18
Última modificação: 13/04/2023 - 09:43

A organização mundial da saúde (OMS) caracterizou, em 11 de março de 2020, o surto da doença (covid-19) causada pelo novo coronavírus, como uma pandemia. Em todo o mundo foram confirmados mais de 5 milhões de casos e mais de 300 mil mortes. Somente no Brasil, foram mais de 390 mil casos e mais de 24 mil mortes até a tarde de 27 de maio de 2020.1 Ainda não há vacina ou antiviral para combater a síndrome respiratória aguda grave causada pelo coronavírus 2 (do inglês severe acute respiratory syndrome coronavirus 2, SARS-CoV-2), assim medidas para mitigar os impactos da pandemia como o isolamento e distanciamento social, uso de máscara e a higienização frequente das mãos com água e sabão, ou álcool 70% (em gel, glicerinado ou líquido), estão sendo adotadas. Assim, o álcool tem sido um agente importante por ser uma substância de baixo custo e de fácil aquisição, sendo utilizado como um dos antissépticos mais importantes na rotina hospitalar, sob a forma de álcool 70° INPM ou 77° GL. O álcool 70º INPM representa a fração ou percentual em massa (% m/m), sendo que a abreviatura INPM significa instituto nacional de pesos e medidas. Esse mesmo produto pode ser apresentado como álcool 77° GL que é a fração em volume ou percentual em volume (% v/v), e GL significa Gay Lussac, em homenagem ao físico e químico francês. O uso do álcool absoluto (100%), ou concentrações maiores que 70% não são recomendadas pois não apresentam o mesmo potencial antisséptico, além de serem extremamente voláteis e inflamáveis. Concentrações menores que 50% também não são eficientes. O álcool 70% que corresponde ao álcool 70º INPM (77º GL) é utilizado rotineiramente nos laboratórios e clínicas como antisséptico, entretanto, um dos efeitos colaterais desse produto é que ele provoca a desidratação das mãos, tornando-as ásperas e ressecadas, o que pode provocar microfissuras e nesse caso seriam a porta de entrada para microorganismos. Para minimizar esse efeito colateral, uma alternativa é a adição de glicerina à composição desse antisséptico. Outra formulação bastante utilizada é o álcool em gel que tem a função de reter por mais tempo o álcool na superfície das mãos. Dentro deste contexto, a exemplo de outras instituições federais, que surgiu a ideia de organizar uma ação, tendo como referência o instituto de química da UFU, que pudesse preparar os álcoois a 70% e dessa forma contribuir para minimizar a escassez que o hospital de clínicas da UFU e instituições de caridade estavam passando. Essa ação não tem fins lucrativos e para se manter dependo de doações arrecadadas com usinas, estabelecimentos comerciais, pró-reitorias da UFU e sociedade em geral.

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